BRASÍLIA — O líder da oposição, deputado Zucco (PL-RS), articula o apoio de pelo menos quatro partidos de centro para garantir a aprovação do requerimento de urgência do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) para derrubar o último decreto do presidente Luiz Inácio Lulda Silva (PT) sobre o IOF. O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), incluiu a urgência na pauta de segunda-feira (16) do plenário — confirmando a promessa de que votaria o requerimento na primeira sessão da semana.
Segundo antecipou Zucco, quatro partidos indicaram à bancada do PL que vão orientar seus deputados a votar pela aprovação do requerimento de urgência. A oposição conta com esses votos de Republicanos, Podemos, PP e União Brasil. Até então, a bancada do PSD não sabe se fechará questão em torno do tema; mas há tendência de que o partido vote contra a urgência.
Ainda que a oposição tenha conseguido que o presidente Hugo Motta paute a urgência, não há compromisso de pautar o mérito; se ele não for discutido, a Câmara não consegue derrubar o decreto do Palácio do Planalto. Os líderes da base, Lindbergh Farias (PT-RJ), e do governo, José Guimarães (PT-CE), minimizaram a inclusão da urgência na pauta.
Eles também sustentam que o PDL apresentado pela oposição é controverso. O projeto prevê a derrubada do decreto do IOF publicado pelo governo Lula na quarta-feira (11) — trata-se da segunda versão do decreto sobre o IOF, recalibrado e mais "ameno". Se esse decreto for suspenso, volta a valer o primeiro, publicado em maio e que se tornou centro da crise econômica mais recente.
"Houve aqui uma tentativa da oposição de marcar uma posição contra o governo. Só isso. Votar a urgência de um PDL como esse só vai trazer mais confusão", afirmou Lindbergh após a reunião de líderes dessa quinta-feira (12). "Pouca gente aqui leu o PDL. Se votar esse PDL, volta a valer o primeiro decreto do IOF, que é mais duro. A oposição se atropelou, e os líderes não fizeram uma leitura atenta", disparou.