Uma nova onda de ataques do Irã contra Israel deixou cinco mortos e cerca de 20 feridos na noite deste sábado (14), no terceiro dia de um conflito que cada vez mais escala para se tornar uma grande guerra. Os mísseis atingiram prédios residenciais, inclusive no norte do país, perto de Haifa, região que até então não tinha sido atingida. Também neste sábado, aviões israelenses atacaram um depósito de combustível no norte de Teerã.
Confira vídeo do ataque de mísseis a Israel:
"Equipes de socorristas relataram 14 feridos em uma casa (...) na Galileia Ocidental, um deles em estado grave", indicou um comunicado do Magen David Adom, equivalente israelense da Cruz Vermelha. As mortes foram relatadas posteriormente pelos serviços de resgate israelenses.
Neste domingo (15), noite de sábado no Brasil, o Irã lançou uma nova salva de mísseis contra Israel em um ataque direcionado a centros de reabastecimento de aviões de combate, afirmou a Guarda Revolucionária, o exército ideológico da República Islâmica.
"As instalações de produção de combustível para os aviões de combate e centros de abastecimento de energia (...) foram atacados por drones e mísseis", indicou o corpo de elite iraniano em um comunicado. Israel negou danos. Há informações de edifícios atingidos pelo ataque iraniano. Ataques também alvejavam Jerusalém.
Mais cedo, Israel disse que identificava mísseis lançados do Irã e operava intercepção de ameaça enquanto atacava Teerã.
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Negociação nuclear cancelada
A nova rodada de negociações sobre o programa nuclear iraniano, que vinha sendo conduzida por Estados Unidos e Irã e estava prevista para domingo, foi cancelada.
Pezeshkian afirmou, em uma ligação com seu contraparte francês, Emmanuel Macron, que o Irã "não se sentará à mesa de negociações enquanto o regime sionista continuar com seus ataques".
Israel afirma dispor de informações de seus serviços de inteligência segundo as quais o Irã está se aproximando de um "ponto sem retorno" em seu avanço rumo ao desenvolvimento de uma bomba atômica.
Trump afirmou no sábado que ele e o presidente russo, Vladimir Putin, concordaram, em uma ligação telefônica, que a guerra entre Irã e Israel "precisa acabar".
Enquanto os apelos de líderes mundiais por moderação se multiplicam, o chefe da diplomacia iraniana, Abbas Araghchi, acusou Israel de precipitar o Oriente Médio em um "perigoso ciclo de violência".
"Em busca de abrigo"
O Exército israelense escreveu no domingo na rede social X que milhões de cidadãos "corriam em busca de abrigo ao soar as sirenes" em dezenas de cidades e comunidades de todo o país.
Foram registrados danos importantes na região de Tel Aviv, onde equipes de resgate informaram três mortos e dezenas de feridos.
"Estou (...) atônito com o que aconteceu", disse Eliyahu Bachar, morador de Ramat Gan, perto de Tel Aviv.
"Ouvimos um grande estrondo, sabíamos que era algo sério", relatou Tal Friedlander, outro residente.
O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, advertiu que "Teerã arderá" se o Irã continuar disparando mísseis contra Israel.
Meios de comunicação iranianos informaram sobre ataques em várias províncias do noroeste e oeste, algumas das quais abrigam bases militares.
Um chefe da polícia iraniana e cinco membros da Guarda Revolucionária — o exército ideológico da República Islâmica — morreram no sábado em ataques no oeste e centro do país, segundo a imprensa local.
Complexo nuclear iraniano é atingido
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) informou, em publicações no X, que quatro edifícios críticos no complexo nuclear de Esfahan, no Irã, foram danificados nos ataques de Israel contra o território iraniano, incluindo a Instalação de Conversão de Urânio e a Planta de Fabricação de Placas de Combustível.
"As instalações nucleares de Esfahan foram alvo de vários ataques em 13 de junho. Nenhum aumento nos níveis de radiação fora do local foi relatado até agora. A AIEA permanece em contato próximo com o Irã", escreve uma das postagens, que reitera que informações da Autoridade Reguladora Nuclear do Irã citam níveis de radiação inalterados.
A AIEA também menciona que "não se espera aumento na radiação fora do local" em Natanz. "Com base nas informações disponíveis para a AIEA, nenhum dano foi observado no local da Planta de Enriquecimento de Combustível de Fordow nem no reator de água pesada de Khondab em construção. Nenhum dano adicional em Natanz desde ontem", afirma o diretor geral da agência, Rafael Grossi. (Com agências Estado e Folhapress)