Armando Mendonça, 1º vice-presidente do Corinthians, é um dos nomes fortes da diretoria de Osmar Stábile, mandatário do clube desde que o Conselho Deliberativo do clube aprovou o impeachment de Augusto Melo, no dia 26 de maio.

Eleito em 2023, é um dos fundadores da Chapa 82, denominada "Movimento Corinthians Grande". Armando Mendonça rompeu com Augusto Melo em junho do ano ado, após as primeiras acusações de irregularidade no contrato do clube com a Vai de Bet, que desencadeou no impeachment do ex-dirigente e o indiciamento por crime organizado, associação criminosa e furto qualificado pela Polícia Civil. Em entrevista ao Lance!, falou sobre a nova istração do clube.

— Incomparável a postura do presidente Osmar Stabile com a do Augusto Melo. O presidente Osmar trabalha em grupo e respeita muito seus diretores, colaboradores e vice-presidente. Tem montado uma equipe de excelência. Escuta seus pares, dá autonomia e, ao mesmo tempo, cobra resultado.

Sinto-me honrado pela confiança que o presidente Osmar tem depositado na minha pessoa. Faço questão de fazer essa gestão provisória do Osmar com muita dedicação e seguindo as orientações do meu presidente — disse o dirigente.

Armando Mendonça é um dos principais opositores de Augusto Melo, que tenta reassumir a presidência do clube. Aliados do ex-mandatário contestam a legalidade do processo de impeachment e destacam que a Comissão de Ética afastou Romeu Tuma Jr. da presidência do Conselho Deliberativo em 9 de abril. O atual vice do Corinthians acusa o ex-dirigente de provocar instabilidade e defende sua saída para que o clube retome a normalidade.

— O afastamento definitivo do Augusto que perdeu totalmente a legitimidade e credibilidade para istrar o clube. Que ele deixe de utilizar a máquina para sua defesa pessoal e não associe mais sua imagem ao do Corinthians — disse Armando em entrevista ao Lance!.

Armando Mendonça, Vice-Presidente do Corinthians
Armando Mendonça ao lado de Osmar Stábile, presidente interino do Corinthians (Foto: Arquivo Pessoal)

Momento financeiro

Na posse de Osmar Stábile, em 27 de maio, o presidente interino, ao lado de Armando Mendonça, revelou que o Corinthians tinha três parcelas em atraso do Profut (Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro), criado pelo Governo Federal para incentivar a boa gestão nos clubes.

Armando Mendonça afirmou que foi realizada uma manobra para quitar ao menos uma dessas parcelas e, assim, evitar a exclusão do programa, considerado crucial para a reorganização das dívidas do clube. Além disso, também foram pagas parcelas vencidas do Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos), totalizando R$ 7 milhões. A dívida do Corinthians é estimada em R$ 2,5 bilhões.

— Pelo compromisso com a transparência, preciso esclarecer que não foi quitado a dívida inteira do Profut. No dia 27.05, verificamos que o Augusto não tinha quitado três parcelas que já estavam atrasadas (o que nos excluiria do programa), indo para a quarta parcela. Fizemos uma engenharia financeira para pagar, pelo menos, uma parcela e não correr o risco de ser excluído do programa.

Além do Profut também pagamos uma parcela do Perse, evitando assim a nossa exclusão.
O departamento financeiro, em caráter emergencial, analisa as medidas necessárias para, nesse momento, dar fôlego para o clube trabalhar. Nossa prioridade número 1 é pagar nossos colaboradores em dia. O desafio é grande, mas não nos aquietaremos para que isso seja cumprido — declarou.

Futuro e presidência

A assembleia-geral dos associados irá ratificar, ou não, o impeachment de Augusto Melo. Romeu Tuma Jr., presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, marcou a votação para o dia 9 de agosto. Em caso de aprovação, uma eleição indireta seria realizada no órgão para eleger um novo dirigente. Questionado pela reportagem do Lance! se poderia se candidatar, Armando Mendonça preferiu focar no presente.

— Meu pensamento é 100% em ajudar essa gestão provisória a minimizar a bagunça deixada pelo ex-presidente. Não é hora de pensar em política, em candidatos. Temos muito trabalho nesses 60 dias. Nesse momento precisamos da união de todos para ajudar o Corinthians. Deixemos a política para outro momento — finalizou.