Entre os nove ministros do primeiro escalão do governo Lula presentes à cerimônia sobre os investimentos federais na região, viabilizados pelo acordo de Mariana, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, foi a mais aplaudida - no início do evento, e também antes e depois de sua fala. Durante o discurso, Marina fez uma série de elogios ao que classificou como o compromisso do presidente Lula (PT), também presente na cerimônia, com a proteção do meio ambiente. Ao final, encerrou sua fala com a leitura de um poema de sua autoria sobre o tema.

Marina iniciou o discurso exaltando as políticas sociais e ambientais de Lula à frente da presidência. “Em dois anos, o senhor tem priorizado a agenda ambiental com o compromisso de reduzir desmatamento. Já reduzimos o desmatamento em 46% na Amazônia e 32% em todo o Brasil”, afirmou.

A ministra destacou que o rompimento da barragem do Feijão, em Mariana, não foi um “desastre”, mas “uma tragédia em função de um crime ambiental”. “As autoridades ambientais sempre avisaram, mas nunca deram ouvidos”.

“É por isso que é fundamental a gente aprender que o custo do reparo é incomparavelmente maior do que o custo do cuidado. Cuidar do meio ambiente é uma luta que deve ser de todo mundo, por isso que no governo Lula, a política ambiental é transversal, está na Pesca, na Agricultura, em todos os setores”, completou. 

Referindo-se a Lula, a ministra ainda disse “ainda bem que o senhor tem compromisso com a proteção da água, da biodiversidade, porque a saúde da natureza é a saúde das pessoas”.

No final, disse que se inspirou no advogado geral da União, Jorge Messias, que trouxe no discurso um poema de Adélia Prado em indireta ao governador Romeu Zema (Novo), e recitou um poema de autoria própria. “Nos desastres criminosos que tivemos aqui, tem um poema que eu fiz em particular, que acalenta o meu coração e que eu queria deixar para a população de Mariana”.

Entre os versos, disse ser “incoerente dizer que amamos o Criador e destruirmos a natureza, porque viemos do pó, precisamos da água para nos tornar massa”.