O mercado imobiliário da Flórida está enfrentando uma queda histórica nos preços, e o principal motivo não são apenas taxas de juros ou especulação: é a mudança climática. Um novo relatório publicado pela CleanTechnica aponta que enchentes, furacões e o aumento no custo dos seguros estão provocando uma verdadeira correção no valor dos imóveis.

Clima extremo afasta compradores e derruba valores 5y5137

Com a intensificação dos eventos climáticos extremos — como furacões, tempestades tropicais e inundações costeiras — o custo de manutenção de uma casa na Flórida se tornou impraticável para muitos moradores. O aumento exponencial dos seguros residenciais e as exigências de adaptação impam um novo padrão de risco para investidores e compradores.

Entre os fatores que explicam a queda estão:

  • Prêmios de seguro em alta e cobertura cada vez mais restrita;
  • Reformas obrigatórias em condomínios e prédios antigos;
  • Saída de moradores e migração para estados como Tennessee e Geórgia;
  • Percepção real de risco climático, antes ignorado nas negociações.

Especialistas alertam para bolha do clima 4r106t

Para o mercado, essa crise não é apenas regional. Investidores como Dave Burt, que previram o colapso de 2008, já falam em uma "bolha imobiliária climática", especialmente em regiões costeiras dos EUA. Um estudo da First Street Foundation estima que o valor do patrimônio imobiliário americano pode encolher em até US$ 1,47 trilhão até 2055 por conta do aquecimento global.

Queda nos preços já começou 6f75l

O preço médio de uma casa na Flórida caiu para menos de US$ 400 mil em 2025, após ter ultraado US$ 423 mil no pico de 2024. Além disso, há excesso de imóveis disponíveis e menor procura por regiões de risco — como o sudoeste do estado e áreas costeiras de Miami.

O futuro do mercado imobiliário 6m2g3q

O caso da Flórida serve como alerta global: mercados imobiliários que ignoram os riscos climáticos estão vulneráveis. Segundo especialistas, estados e cidades precisam incorporar resiliência climática em seus códigos urbanos, exigir transparência nas apólices de seguro e informar os compradores sobre os reais riscos ambientais.

Se medidas não forem tomadas, os prejuízos podem ir além do mercado financeiro — afetando o direito à moradia, os sistemas de saúde e a mobilidade urbana em regiões costeiras do mundo inteiro.

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