As forças de segurança do Distrito Federal registraram 73 ocorrências policiais durante os pouco mais de dois meses de permanência do acampamento de bolsonaristas em frente ao QG do Exército, em Brasília. A declaração foi feita pelo interventor da segurança no DF, Ricardo Cappelli nesta sexta-feira (27). Segundo ele, ficou clara a centralidade do acampamento na organização de atos de vandalismo, depredação e invasão de prédios públicos promovidos por apoiadores radicais do antigo governo.

"A primeira questão é a centralidade do acampamento que foi montado em frente ao QG do Exército nos dias seguintes ao resultado da eleição. A centralidade dele em tudo aquilo que aconteceu e que culminou no dia 8. Isso fica claro e evidente, porque todas as ocorrências, todos os atos de vandalismo que aconteceram na capital federal, eles aram, tiveram a sua organização, o seu planejamento, o seu ponto de apoio naquele acampamento que virou um centro de construção de planos contra a democracia brasileira", disse Ricardo Cappelli.

Segundo o interventor, o local tornou-se um território livre para a circulação de criminosos na capital.

"É importante registrar a natureza daquele acampamento e está documentado. Para vocês terem uma ideia, nossa polícia registrou 73 ocorrencias policiais no acampamnento nesses pouco mais de 2 meses que funcionou. Ocorrências policiais, de roubo, furto. Está no relatório descritas e detalhadas essas ocorrências policias. Foi um ambiente onde circularam criminosos. Isso é comprovado pelas ocorrências policiais", disse ele.

De acordo com Cappelli, todos os atos de depredação e ameaças em Brasília tiveram ligação com o acampamento. "O evento do dia 12 de dezembro, da diplomação (quando houve tentativa de invasão da sede da Polícia Federal e depredação de carros e ônibus), a tentativa de explosão de bomba, a tentativa de bloqueio do aeroporto, todos os eventos am de uma forma ou de outra pelo acampamento. Um acampamento criminoso que perturbou a ordem pública no Distrito Federal durante esses pouco mais de dois meses", disse.

Segundo Cappelli, não se tratava de um acampamento comum e a infraestrutura do espaço impressionava. "Acampamento não tem cozinha montada, não tem infraestrutura de banheiros químicos, geradores. Tinha toda uma estrutura montada, numa verdadeira minicidade golpista, terrorista, montada em frente ao QG do Exército. No relatório, a gente tem fotos que inclusive demonstram a evolução da montagem desse acampamento até o dia 9 de janeiro quando ele é desmontado", disse.

O interventor afirma que as polícias do DF tentaram fazer várias incursões no local, que foram interrompidas por 'ponderações' do Exército.

"A nossa polícia, as nossas polícias, a Polícia Militar, a Polícia Civil, em conjunto, tentaram fazer incursões no acampamento para coibir o comércio ilegal, para desmontar. Inclusive, houve mobilização de homens para essas operações. Operações registradas e que foram canceladas na véspera por ponderações feitas pelo Exército brasileiro, pelo Comando Militar do Planalto. Então, houve tentativa das polícias do DF de tentar agir, mas elas não tiveram êxito", disse ele.

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